Participativa!!!

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sábado, 31 de agosto de 2013

E não vamos chorar por ele, não...

E então a gente emerge de uma viagem no tempo, aonde se encontra com as idéias, aquilo que começava e findava nos 80. Na telona, a angústia de Renato, que era a nossa. Na sociedade, a vontade de protestar, criticar, enxergar possibilidades novas para um país.
Na vida cotidiana, a dança, a faculdade, uma visão de futuro cheia de esperança. Tempo corre.
A música mostrava, arte que é, reflexo do tempo vivido/sentido por nós, o que era ser jovem, ligado, antenado com aquele momento. E hoje, eu na viagem, na retrospectiva provocada pelas canções, lembrava do amor (primeiro), da pele dele, de tudo acontecendo de novo, e, paradoxalmente, só vinha à cabeça uma canção infantil: "Eu com ele, eu sem ele. "
E assim, Tempo circula.
Chegam os 90, cabeça fervendo, o aluno de cabelo grande e jaqueta de couro cantava, sentado na primeira fila da sala de aula: "Você é mais do que sei..." Tonta, a professora de 35 anos sorria. Em pouco tempo seria considerado uma das melhores vozes de cover de Renato Russo do Rio de Janeiro.
Tempo escorre.
Energia, calor, novas idéias e chega a hora de um casamento sufocante incomodar demais: No Teatro Municipal, a Sinfônica do Corpo de Bombeiros toca, o Coral acompanha e a platéia se levanta, quebrando toda a formalidade do local: "Tire suas mãos de mim, que eu não pertenço a você." Tire, afaste-se... Acabou.
Tempo inflama.
Na platéia do cinema, a mulher se segura para não dançar ao som da trilha sonora. E ri, chora... A emoção vem à flor da pele. Ela vislumbra e comemora a vida que tem, e entende que se sente tão jovem porque viveu um tempo que ainda corre em suas veias. Corre em seu sangue.
Sangue. Calor, emoção, vida? Corre, circula, escorre, inflama, ferve.
Afinal, somos tão jovens...

Com Valéria Mariano no Lapa 40º


Aula de musicalidade, Baila Costão e mestre Jaime Aroxa... Combinação perfeita!


Com modelo de Adriana Gronow e Gustavo Garcia Vaz


Forrozeando

Bruno Mars - When I Was Your Man [Official Video]

Diga a ele...


Tatiana se olha no espelho... A pergunta fica no ar. Na véspera, o vislumbrara. Na memória. De longe. De relance. Uma sombra, ou um flash de luz? Tão rápido, que só ficou a imagem desbotada.
Dois anos. A dor, o amor, os passos cuidadosamente aprendidos, estudados... O rito de passagem. Forte, subira as escarpas, e agora o vislumbra ligeiramente, de longe. Mas olha para cima, olha para a frente. Há muito mais a subir. Há outros planos. Outras aventuras, outras canções.E Tatiana se fez feliz. Do escuro no qual foi deixada por ele,(re)acendeu a luz.
Tanto tempo e o elo a conectou ao passado. É o amigo dele, de repente, que aparece no salão. Sua imagem volta, mas... Aquele “ele” se perdeu.Basta olhar o que resta... Virtualmente, pode vê-lo sempre. Mas lamenta suas escolhas. Moço, você poderia estar bem melhor. Sozinho ou com ela, Tatiana sabe... Ele poderia ter optado.Mas fez o que (não) devia. Agora, ah, agora é viver...
Ela ri, se desloca pelo salão, sedutora com o par. De repente, de longe, a conexão se faz, o rapaz amigo dele (!) a reconhece. Compreende. Sim, é ela! Ou melhor, é uma outra Tati, agora inteira. Alegre, leve, de formas renovadas, livre das dores? Renovada, diz o olhar de espanto do rapaz? Como está melhor? O tempo não piora as coisas, então? Sambando, sorrindo, sentindo o olhar que a acompanha em cada passo, responde mentalmente: Não, o Tempo só desgasta quem não sabe viver. Não. Definitivamente não! Na pista, na rua, na vida, Tati cresceu. Ocupou seu espaço,delimitou ações e reações. Se olhou, se curtiu. Está mimada, acarinhada, amada. Por ela mesma. Por quem a cerca de amor.

Mas agora permita, meu amado leitor... Agora está na hora de eu pedir licença e entrar em cena. Preciso pedir um favor ao rapaz que a viu na festa. Só um favorzinho. Nada demais. Peço desculpas pela intromissão. Entretanto, já que o Destino o colocou na festa, então,“amigo dele”, nos faça uma gentileza: leve um recado. Não vai ser difícil...
É só um momentinho. Conte tudo a ele. Descreva com detalhes, coloque as devidas cores.
Capriche, você consegue.!Mas não se esqueça, por favor: fale a ele da Tatiana. Mas ao falar, todo cuidado... Muita atenção... 
Não diga que é uma “nova Tati”. Ela é a mesma. Não,sem essa de repaginada. Mas... A mulher que ama a vida. 

A mulher de tantos cuidados. Que tem pernas firmes porque caminha e quer caminhar bem. Que tem charme porque deixa aflorar o que é feminino sem o menor receio. Que mudou as roupas, os livros, as coisas do lar, que abriu espaço para o conforto.Que tratou das feridas. Arrumou as gavetas, encaixou e viveu, e ainda vive, intensamente, as emoções... Descartou o dispensável. Então, ah, “amigo dele”,não perca tempo, por favor... Corra, ligue logo, vá bem rápido dar notícias dela. Eu agradeço desde já...
Mas não se esqueça, tá? Conte dos detalhes... Diga que está solta.Que está linda. Que há um sorriso novo. Que há paixão, há esperança em seu olhar. Sim... Fale do samba, forró, do soltinho. Fale do bolero. E você não viu o tango. E talvez um dia ele saiba. Ele precisa mesmo saber... Que o tango, ah... O tango foi o maior presente que ele deu a ela. Mas na emoção de exercitar a musicalidade, um dia tentou achá-lo na memória... E viu que, do tempo vivido, sofrido ao lado dele... E depois,igualmente difícil, tão doloroso e chorado, longe dele...Descobriu-se um dia sem saudades. Que a vida o colocou no passado.Que quem ficou foi só quem merecia. Ela mesma. Quem a ama. E quem está chegando, para compartilhar a vida, a pista, e ser feliz com a Tati...