Daniel, meu pequeno profeta

No
dia 01/06, há sete anos atrás, eu acordava às 6h da manhã. Grávida de 8
meses, descobri que finalmente meu filhote cumpriria a "profecia" da
mãe: ao ouvir que seu nascimento ocorreria a partir do dia 22 de junho,
eu sorria para a médica e falava: Não, não chega até lá.
Bolsa d'água rompida, a caminho da maternidade com um vestido azul, ainda tive tranquilidade de ir buscar a roupinha vermelha que
uma tia havia deixado na casa da minha mãe, para que o bb usasse em seu
primeiro dia de vida. No portão, mamãe acreditou na história, que eu
estaria indo "fazer exames". Eu havia resolvido que tínhamos idosas
demais na família para colocá-las a dar plantão na sala de espera da
maternidade.
O parto normal era mais do que esperado: o primeiro
filho nascera em 3 h! Mas logo veio a notícia: não havia passagem, a
cesariana era inevitável.
A equipe, tensa, de olhos arregalados por
cima das máscaras, não disfarçava o receio: a parturiente, com hérnia
de disco, podia ser dificil de anestesiar.Quarentona, com pressão
oscilando, cirurgia de risco. O bb, ventilado às pressas, tinha 51 cm e
3,100 kg, mesmo sendo prematuro.
Encantado, o irmão com 13 anos saiu
correndo do colégio Pedro II e veio conhecer Daniel. Olhando o
irmãozinho, só repetia: "Mas é muito pequeno..."
Agora, a mãe
emocionada comemora os 7 aninhos do pimpolho. Há alguns meses,
subitamente ele me olhou e disse: "Mãe, eu nasci para fazer vc feliz."
Eu sei, meu filho, eu sei.
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