Participativa!!!

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terça-feira, 3 de setembro de 2013

Está difícil!


Sr Facebook, quer mesmo saber em que ando pensando? Pois bem, segure se puder: Venho sentindo e refletindo sobre como é difícil ser uma pessoa de meia idade no mundo de hoje. Bem, enfim, ouça só: somos cidadãos de meia idade, nós a partir de uns 35 anos... Até que o Estatuto do Idoso nos defenda. Ou será que a chamada meia idade já seria uma alusão a estar só com metade da possibilidade de ser feliz? Que a outra metade já nos teria sido negada, e pronto?
Não tente refutar, caro amigo. Por favor, reconheça: nós carregamos a sociedade nas costas. Somos os gerentes, coordenadores, diretores, supervisores, mestres, doutores, chefes de família, tutores dos idosos, responsáveis pelos menores. Poucos direitos temos: O ECA há muito já se foi, e nem chegamos a viver sob sua proteção um dia. O Vale Idoso ainda não chegou, nem vem tão cedo. Energia, temos de sobra. A maioria de nós não foi abandonada pelos hormônios. Queiram vocês ou não, vou falar a verdade: nós fazemos sexo!(?) Amamos a vida, ou estamos lutando para conseguir amá-la, ainda. Para os muito jovens, somos os velhos que não se mancam. Uma vez um rapaz me perguntou se eu gostava da Lapa. Eu ri. Eu fui ao Circo voador quando na Lapa só havia cortiços e meretrício, vi o Barão Vermelho abrindo show de bandas famosas. E a Lapa agora não nos pertence? Sim meu caro, a Lapa se revitalizou graças ao esforço da gente que militava na área da Cultura, daquele pessoal que luta na política há 30 anos, aquela galera que foi à passeata das Diretas Já em 1984... Esse pessoal, ainda alegre, vibrante, embora às vezes decepcionado e maltratado pelos tempos, ainda carrega no peito uma coisa que a vida nos ensinou: a ter esperança.
O mundo, que vocês relutam em assumir, está nas nossas mãos, braços, ou melhor ainda, pesando feio na coluna vertebral de muitos de nós. Alguns, lamentavelmente, não chegarão a ver a aposentadoria chegar: carregando empresas, instituições, famílias, perdas, separações e as mais diversas dores, sucumbem pelo meio do caminho. Afinal, até os AVCS e enfartos são fatais, principalmente... Na meia idade.
Peço desculpas, Sr Facebook, se hoje não tenho boas notícias para lhe dar: Sim, estou triste e (embora seja considerada de muita leveza na pista) sem saber como lidar com o peso que carregamos aos 50 anos. Mas como diz a letra da canção de Chico Buarque (que por ser gênio não tem, definitivamente, classificação etária): "Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu. A gente estancou de repente, ou foi o mundo, então, que cresceu?" 

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