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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

O amigão - junho de 2012


Clarice atravessa a rua, entra na sorveteria, escolhe aquele sundae delicioso para compensar sua tristeza e, sentada num cantinho da mesa, percebe de novo que se complicou...
Comum nos dias de hoje, a atitude de Clarice pode levá-la a se tornar mais uma aproveitadora. Há muito percebo isto e me calo. Entretanto, não sei se ela não percebe ou se não quer admitir, mas o que está fazendo pode machucar alguém.
Chego em seguida, sento-me em frente a ela, com um sorvete bem básico. Estou de dieta. Frustrada, ela me conta:
"Tentei de novo com o Bernardo. Formado, saiu lá da faculdade no ano passado, mas já trabalhava. Carro, dinheiro no bolso, tudo que quero, que eu sonho, para resolver meu "problema". Nunca fui muito dedicada aos estudos, curso uma faculdade que nem sei aonde vai me levar. Para o futuro, é investir na beleza que acredito que tenha... Mas o cara, amiga, nada quer de sério comigo. Se deu bem na vida, mulher fica em cima feito mosca... E sai comigo e em seguida eu danço. Ligo e ele nem atende o celular."
Perguntei afinal qual era a novidade. No telefone tinha me dito que queria conversar. Desabafo, tristeza, frustração... E um sorriso vitorioso: ainda bem que tenho o "amigão". Eu explico: amigão é um rapaz muito próximo a ela há anos... Praticamente da familia. Sai com ele, bebem, dançam, muitas vezes em grupo, mas ela sempre ao lado dele. Desconfia muito que ele a quer, mas não pretende deixar nada acontecer. Amigão é o estepe, o plano B, o prêmio de consolação a cada vez que ela leva um fora de um dos "solteiros cobiçados". Se está com um deles, nem fica perto do estepe. Quando o emocional quebra, é só ligar. Um pouco mais jovem, seduzido por ela o tempo todo, ela vai aproveitando a disponibilidade dele, a companhia masculina, o fato de ser gentil, de gostar de dançar... E o chama de amigo. Ele às vezes acha que pode ter algo mais com ela. Fica em torno, se mobiliza, gasta energia à toa. Bom coração, ele não percebe que é usado.
Bem, Clarice não me pediu conselho. Pegou o celular e ligou, convidando o amigão para sair. O rapaz tinha compromisso, ia curtir a noite com outra moça. Ela ficou vermelha de raiva, reclamou da vida... Aqui entre nós, acho que ele acordou. Resolver dar atenção a alguma outra... Que possivelmente não o trata como plano B. De uns tempos para cá, me sugere a intuição, o "amigão" da Clarice está-se tornando a prioridade de alguém que gosta dele de verdade. Querem saber? Quero vê-lo feliz. E ela pode agora, quem sabe, servir-se de mais uma taça de sorvete...

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